Diário de Bordo
por Dr. Ivad Pierre


Chegamos em abril,ao entardecer,olhamos no GPS para termos uma noção de onde estávamos,pois bem,no GPS aquele local era dado como água,mas estávamos ali,tínhamos certeza,não era água,era terra.
Bem,não sabíamos onde estávamos,então resolvemos ancorar e explorar o local. Entramos na mata,todos estávamos assustados,não sabíamos o que poderíamos encontrar,nunca estivemos naquele lugar antes,mas ao mesmo tempo estávamos encantados,bestificados e paralisados,aquele lugar era incrível,lindas árvores,lindos animais,maravilhoso.
Caminhamos durante uma hora,estávamos cansados mas ninguém ousou parar pois estávamos curiosos,de repente em um breve momento de distração ouvimos um barulho,mas o que poderia ser?
Será que havia pessoas naquele lugar?Então o capitão gritou:
-Olhem!
E todos olharam em sua direção ao mesmo tempo,quando alcançamos com olhar o que o capitão estava olhando vimos uma pessoa,com roupas estranhamente diferentes,não sei se podíamos chamar aquilo de roupas,mas mesmo assim uma pessoa. Então gritei curioso:
-Ei você,quem é?
A estranha pessoa olhou para nós,que quando percebeu que éramos diferentes disparou a correr de volta para a mata. Ficamos todos assustados,não sabíamos quem poderia ser,de todos os lados podíamos ouvir sussurros dos tripulantes todos dizendo -“nossa”,”mas, de onde aquela pessoas poderia ter vindo?”-ou então-”que roupas são aquelas?”.
A noite caiu e resolvemos acampar ali mesmo,ninguém conseguiu dormir,todos estavam com medo,aquelas pessoas poderiam ser más e terem um arsenal de armas,eles poderiam chegar na calada da noite e nos matar tão rápido que nem saberíamos que morremos.
Caí no sono.
O dia nasceu,estava lindo,aquele era sem duvidas o paraíso. Tomamos café,desmontamos nosso acampamento e partimos todos em silêncio. Andamos por volta de duas horas,então vi ao longe algo que me intrigou,eu não fazia a menor ideia do que poderia ser,então peguei o binóculo e aquela coisa se tornou maior,aumentei até 100% para ter certeza do que era,então eu vi,não podia acreditar nos meus olhos,ali não tão distante havia uma aldeia,com muitas pessoas,homens,mulheres e crianças.
Quando me dei conta,todos já haviam ido e eu não fazia a menor ideia de para onde,então resolvi mandar um SMS para o capitão pedindo para que eles voltassem e verem o que eu havia encontrado. Se passou uns 15 minutos até que o capitão chegou,lhe mostrei o que eu havia encontrado e ele ficou encantado. Ele disse:-Vamos até lá,temos que saber quem são essas pessoas. Não temos o que temer,se não votarmos em 1 semana,eu dei ordem para nos rastrearem,eles virão e nos resgatarão. Vamos...
Não demoramos muito para chegar,aquelas pessoas eram estranhas,sua tecnologia não era muito avançada,mas dava para sobreviver àquelas condições .Eles nos olharam com uma cara muito estranha,por um momento achei que ia nos matar,após 3 longos minutos de silêncio eu fui o primeiro a quebrar o gelo,eu disse:
-Olá,nós somos viajantes e...
Um deles,aparentemente o mais velho me interrompeu e começou a falar em uma língua que eu nunca ouvi antes. Imediatamente liguei meu tradutor, ficou claro como água o que ele dizia. Ele disse:
-Vocês não podem entrar em nossa terra,se permanecerem aqui,nós os mataremos,vocês se arrependerão do dia em que colocaram os pés aqui.
Eu então respondi em nossa língua para ver se eles entenderiam,e por mais incrível que possa parecer,eles entenderam. Eu disse a eles que não iriamos machuca-los,que só estávamos lá por estarmos perdidos,que sairíamos dali em breve. Ele insistiu e nos mandou embora. Na volta para o acampamento,um dos soldados avistou algo brilhante próximo a uma pedra e me chamou,era um objeto pequeno aparentemente uma pedra e muito parecida com ouro,mas não tínhamos certeza,voltamos ao acampamento onde eu pude fazer os testes necessários para identificar aquele objeto,o resultado da análise foi nada mais nada menos do que positivo para ouro.
Conversei com o capitão e ele me disse que aquelas terras com certeza tinham muito ouro e que precisávamos dele,só que os nativos não nos deixariam leva-lo sem antes nos matar,e que mesmo com todas as armas de fogo que tínhamos e todas as nossas tecnologias,mesmo assim,éramos poucos. Fui me deitar, e na manhã seguinte o capitão nos convocou para uma reunião, ele nos disse que já sabia o que fazer para conseguir o ouro daquela gente. Que vendo a situação que aquelas pessoas vivem,e com tamanha ignorância,eles trocariam qualquer coisa por aquele ouro,pois os nativos não sabiam o seu valor.
No dia seguinte fomos até os nativos,para lhes oferecer tudo o que tínhamos em troca de seu precioso ouro. Inacreditavelmente,eles reconheciam o valor de seu ouro,e nos disse que jamais iriam trocar aquele ouro pela tecnologia que nós tínhamos ou qualquer outra coisa,disse-nos também que tínhamos até o anoitecer para sairmos de sua terra,ou eles iriam nos matar.Eu disse ao capitão que era melhor nós irmos,e ele imediatamente ligou para as autoridades para que eles mandassem aviões nos resgatar pois não tínhamos tempo de preparar os navios.


É,voltamos para casa e ninguém se atreveu a voltar àquele lugar por um bom tempo.(Sonia Cavalcanti Orsolon,agosto 2010)

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